15 abril 2017

Depois da desilusão amorosa.








Tudo acabou. Você sorriu, mas eu preferi partir. Essas coisas de despedidas não colam comigo. Não nasci para o adeus, não sou fã do até logo, e também, não gosto de tirar de dentro de mim, as pessoas que eu amo. Quem sem querer, deixamos entrar para fazer um pequeno estrago.

Pode ser fácil pra você, eu acredito. Homens têm atitudes e pensamentos diferentes de nós mulheres. Acredito que sofram, mas não como nós. Nós mulheres nos doamos, mergulhamos no sentimento mais profundo que existem em nós. Nós, as mulheres, somos incomuns. Nascemos para multiplicar, enquanto alguns homens, nasceram somente para nos machucar e satisfazer os seus desejos mais ousados. Não merecemos isso.

Alguns homens têm a fase da curtição, outros amadurecem e conseguem nos respeitar. Amam de verdade. Mas até essa fase do homem chegar e ter uma conexão perfeita entre nós, leva muito tempo. E a nossa ansiedade não nos faz esperar. Porque queremos aquele homem, pensamos que ele é o único, mas não enxergamos que o leque está aberto para outras pessoas entrarem na nossa vida. 

Conheço homens e homens. Mas todos que passaram na minha vida, só me trouxeram dor.

Depois de uma desilusão amorosa, é difícil seguir em frente. Dói no fundo da alma, dói em todos os passos que damos, as lembranças são complicadas de serem apagadas e tudo vira somente história para ser contada. A cada página virada da minha vida, vejo um carimbo escrito fim, e é tão triste, é traumático.

Os dias passam devagar como os passos de uma tartaruga. As noites chegam para aliviar a tensão e adormecer o coração. O sol nasce para mostrar que existe mais um dia de batalha, mais um dia de luta. Mas parece que a glória está distante de chegar.

E quando você menos espera, tudo acontece. Enquanto você pensa que os problemas foram resolvidos, todos outros aparecem. Eu não tenho maturidade e muito menos sabedoria para lidar com isso. O psicológico está cansado, os ombros pesados e o corpo, com a vontade de ficar na cama olhando somente para o ventilador de teto, que gira, gira, gira e não para mais até que eu o desligue.

Mas eu não quero desligar o ventilador. Quero me desligar do mundo. 

Infelizmente não posso. Tenho que levantar e seguir em frente, enfrentando o que há por vir, juntando os cacos que deixaram, para ser forte e continuar sorrindo, mesmo que esteja morta por dentro. E tentar, pelo menos tentar, reconstruir outros sonhos. Já que os outros, foram deixados quando resolvi partir. 

A parte mais difícil também, é ouvir o que você não quer ouvir. É saber, o que você não quer saber. É ser criticada, sem ter um ombro amigo. É não ter cura para a ferida que lateja dentro do peito. É esperar o tempo, que parece não existir. 

E aqui eu fico esperando o tempo, que talvez me surpreenda, mas que talvez, nunca chegue.

Joyce Xavier 

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